Literatura está intimamente relacionada com práticas sociais. Nesse sentido, propomos uma gama de correlações entre as diversas manifestações literárias e a sociedade contemporânea. Assim, buscaremos no espaço social elementos que interajam diretamente com a arte literária.

Dessa forma, este blog objetiva analisar e expor elementos da realidade social, fazendo um contra ponto com a literatura e seus modos de encarar a realidade e a cultura das diversas épocas da sociedade.

Esperamos de você leitor a interação e a sugestão de novos temas, a discordância ou a concordância com as críticas aqui relacionadas, tendo em vista que pensar em Literatura não é apenas propor teorias literárias, mas sim promover a crítica à sociedade, tentando encontrar elementos que sejam favoraveis ou não à nossa formação enquanto leitores e apreciadores de leitura e cultura. Assim, este espaço é destinado aos professores de Língua Portuguesa e Literaturas, graduandos de Letras, alunos do nível médio e ao público que gosta de uma leitura crítica acerca dos assuntos que envolvam a sociedade.

Boas leituras!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Dialética

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

Vinícius de Moraes



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Felicidade

Os Jardins de Claude Monet

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!

Fernando Pessoa

FICHA PEDAGÓGICA: ANÁLISE FÍLMICA

Título original: The Invention of Lying (O Primeiro Mentiroso)
Direção: Ricky Gervains e Matthew Robinson / 2009 / 99 min.
Sinopse: Em um mundo onde as pessoas só falam a verdade e não existe o conceito de decepção, um homem que anda prestes a perder tudo inventa a “mentira” e muda não só a natureza das coisas, mas criam a base da religião. Depois de muito esforço, ele também consegue a mulher que tanto ama.
(FONTE: http://www.cinepop.com.br/filmes/primeiromentiroso.php acesso em 22 de novembro de 2011)

Objetivos

1.      Compreender a diferença entre linguagem conotativa e denotativa nas esferas literária e fílmica;
2.      Analisar e refletir sobre os valores éticos e morais propostos pelo filme (O primeiro mentiroso, de Ricky Gervains e Matthew Robinson) e o conto (Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector);
3.      Relacionar a forma, conteúdo e tema abordados pela literatura com os valores sociais abordados no filme.

Conteúdos

1.      Linguagem conotativa e denotativa;
2.      Figuras de linguagem com valor estilístico;
3.      Desautomatização da linguagem na esfera literária (Discutir literatura e sua importância)
Público-alvo

1° ano do Ensino Médio.

Metodologia

               No primeiro encontro, teceremos comentários breves acerca do filme “O primeiro mentiroso” e, em seguida, a exibição do filme para a turma.
               Na segunda aula, os alunos se dividirão em grupos de 5 componentes e escreverão em uma folha de ofício cinco palavras que caracterizam o filme e, em seguida, deverão justificar a escolha. Após essa reflexão, será exposto o conteúdo acerca de linguagem conotativa e denotativa, exemplificando e relacionado por meio do filme exibido.
               No próximo encontro, compreenderemos, por meio da identificação e classificação, as figuras de linguagem que abordaremos através de aula expositiva e dialogada as seguintes figuras:

v  Eufemismo (a morte da mãe do protagonista);
v  Metáfora (o modo como o protagonista fala de Deus);
v  Hipérbole (refere-se aos exageros do paraíso);
v  Ironia (remete a cena do jantar do protagonista com a sua família).

No último encontro, entregaremos aos alunos fotocópias do conto Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector, a fim de relacionar a literatura com a forma de expressão da sociedade, a partir da desautomatização da linguagem.

METODOLOGIAS DE ANÁLISE

a) Análise do conteúdo:  

Atividade 1
Fonte
Discutir e debater as questões acerca dos valores morais e sociais abordados pelo filme, ressaltando os seguintes aspectos:

v  Verdade x mentira;
v  Relacionamento (trabalho, amizade, casamento e família);
v  Honestidade x desonestidade;
v  Preconceito;
v  Vida cotidiana.

Atividade 2
Texto Gerador

Os alunos deverão realizar uma atividade de pesquisa (individual) sobre a temática da atividade 1. A pesquisa deve ser realizada por meio de jornais e revistas impressos, assim, os alunos retirarão imagens que reafirmem as discussões sobre os valores morais e sociais estudados, uma maneira dos alunos refletirem criticamente sobre a temática. Em seguida , deverão expor a pesquisa e justificar as imagens escolhidas.

B) Uso como Linguagem:

Atividade 1
Educação do olhar

Cada aluno deve identificar e classificar a linguagem conotativa e denotativa, a partir das cenas do filme, ressaltando as figuras de linguagem que surgem a partir da invenção da mentira e responder as seguintes questões:

v  Qual o valor estilístico de cada figura de linguagem?
v  O filme é dividido em dois momentos: a verdade e a invenção da mentira. A partir dessa afirmativa, comente criticamente a importância desses momentos para linguagem conotativa e denotativa, é importante justificar com exemplos.

Atividade 2
Interagindo com outras linguagens

Produzir um texto narrativo tendo como referencia o enredo do filme ou do conto analisado. É importante ressaltar “a mentira” como um elemento essencial para a narrativa.

Atividade 3

“(...) a literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob a pena de mutilar a personalidade, porque pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão do mundo ela nos organiza, nos liberta do caos e portanto nos humaniza.” (Antonio Candido)

 A partir dessa afirmativa de Antonio Candido, redija um texto argumentativo, expondo dois argumentos plausíveis que justifiquem a importância e a função da literatura na sociedade.




domingo, 13 de novembro de 2011

O amor ...



É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!



Cecília Meireles

sábado, 12 de novembro de 2011

UMA MAÇÃ NO PARAÍSO

Depois da aula, o Menino sai correndo para casa. Ele não percebe a paisagem sem vida e tampouco a junção dos animais com os homens que o cerca. Sua ansiedade de chegar é mais veloz que seus pequenos pés descalços e sujos. Assim, adentra o casebre e grita:
 – Mãeeeeeee!
– O que foi minino? Estou aqui, no quintal, lavano as roupa da patroa.
Em passos lentos, o Menino vai ao encontro de sua mãe, demonstrando um semblante triste e vazio. Sua mãe preocupada, questiona-o:
– Que cara é essa? Que bicho te mordeu, hem?
– Sabe mãe... É triste! A gente trabalha, trabalha e trabalha. Cria um bocado de coisas legais e depois morre. Ah! Como é triste essa vida.
A mãe não compreende o que seu filho falou, senti-se confusa com a resposta, mas curiosa continua a perguntar.
 – Oxe! Tu tá falano sobre o que mesmo, hem? Desembuche logo, apois se foi outra briga com o minino do cumpadre Zé.... Amanhã mermo vou na escola falar com sua professora. Num tem cabimento uma história dessa!
A mãe irritada prossegue, dando-lhe uma lição de moral.
– Meu fio, aqui em casa só tu estuda. Eu sei que tu é bom aluno, tira dez em tudo, então, pare de brigar! Veja seus irmão mais veio, eles tudinho trabaiam aqui no aterro, ninguém briga com eles, nem por um pedaço de biscoito morfado. Deixe de coisa, vá pra escola ser gente, estude pra nos ajudar e num invente de brigar outra vez, entendeu?   – a mãe se virou e continuou a lavar as roupas.
O pequeno Menino permaneceu parado e atônito, logo deu conta de que sua mãe não compreendeu o seu pensamento. Impulsivamente, tentou explicar o mal-entendido.
– Mãe, não aconteceu nada. Não houve briga na escola, deixa eu explicar, o que aconteceu foi o seguinte: hoje, a professora falou que um homem, não lembro mais o nome, muito inteligente, que gostava de trabalhar muito, morreu de câncer. Ele criou muitas coisas massa, tipo: o computador pessoal, iPod, iPhone, mouse, netbook, Imacs, essas coisas tecnológicas. Ah! Criou também uma empresa que tem um símbolo de uma maçã.
A mãe do Menino parou de lavar as roupas, desligou a torneira, virou-se para o filho, secou as mãos no avental e, perplexa com a conversa do filho, pôs a mão úmida na no canto da boca e disse:
– Agora que deu mermo, num entendi foi nada! Que palavriado é esse? Vixemaria! É tão difícil que nem sei falar, acho que até nunca vi esses negócio de tecnológico.
Nesse momento, o irmão mais velho do Menino, chega na moradia e vai até o quintal, onde encontra sua mãe e seu irmão conversando. E sorridente, chama a atenção de todos para mostrar o que havia catado no lixo.
– Gente, olha o que eu achei! Meu irmão, eu trouxe pra você, espero que goste.
O garoto saiu correndo para ver o que o irmão lhe trouxera. Ficou espantado ao perceber que se tratava de “uma coisa tecnológica”. Ao tomar o objeto em suas mãos, o Menino exclamou:
– Nooooossa! Isto é um tablet! Obrigada.
O Menino agora está alegre e cuidadosamente observa cada detalhe do seu novo brinquedo, mas percebe algo estranho e comenta para o seu irmão.
 – Este tablet não funciona, está quebrado e não serve para nada. Bem que minha professora falou: o cara desenvolveu o avanço tecnológico, retirou a tecnologia das grandes empresas e colocou a serviço de todos, em especial das pessoas comuns... Que pena! Ele morreu e não deu tempo de levar a sua tecnologia para aqueles que não a possui e ainda vive abaixo da miséria.

Produzida por Mirlene Coutinho

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

INFORMATIZAR NEM SEMPRE É A SOLUÇÃO

Um Prefeito de uma cidadezinha bem pequena do interior do Rio Grande do Norte, cujo nome deve ser preservado, decidiu informatizar todos os setores da prefeitura, a fim de dinamizar o trabalho e agilizar digitalização de documentos feitos ainda de maneira lenta por apenas um computador em seu gabinete. Diante disso, ligou para seu assessor parlamentar, no interior popularmente conhecido como “babão do prefeito”, mas que tinha cargo de confiança e resolvia todas as pendências da prefeitura, e disse:
― Sebastião, eu preciso do seu comparecimento urgente em meu gabinete, venha sem mais demoras, precisamos conversar.
― Combinado, Sr. Prefeito. Afirmou Sebastião todo empolgado para ver qual seria a nova atividade, já que nesses pequenos interiores quase nunca aparece o que fazer.
Sebastião chega ao gabinete do Prefeito todo empolgado, vestindo calça e camisa social bem engomadinhas e presas por um cinto no alto da cintura, além de calçar sapatos impecavelmente engraxados como de costume para se apresentar ao prefeito e diz:
― Eis-me aqui, Sr. Prefeito, pronto para realizar mais uma atividade em prol dos valores e da população de nosso município. Em que posso ser útil?
― Sebastião, você sabe que o mundo tem se informatizado e o avanço tecnológico tomou conta rapidamente de todas as esferas sociais. Sabe também que prezo muito pelo crescimento econômico, social e moral do nosso município e que desejo ser reconhecido como o melhor prefeito que essa cidade já teve. Então, andei cá pensando com meus botões, temos de promover a informatização de nossa prefeitura para melhorar nosso serviço e melhor atender nossos cidadãos.
Sebastião, sentado, olhando para o Prefeito apenas balançava a cabeça com os olhos brilhando, ouvindo todo aquele discurso quase a ponto de bater palmas.
― E o que vamos fazer para informatizar nossa prefeitura, Sr. Prefeito, uma vez que não sabemos mexer com computador e a maior parte dos funcionários tem mais de quarenta anos e alguns, por exemplo, tem uns problemas de visão terríveis que duvido conseguirem mexer nesse tal nesse treco? Indagou Sebastião, preocupado com o que poderia ocorrer.
― Não interessa, Sebastião, que eles aprendam na marra ou não aprendam, pouco importa. Quero que você convoque todos os funcionários da prefeitura para fazerem o Curso de  Capacitação: Novas tecnologias, aprenda a facilitar sua vida e se conecte com o mundo. Gostou do título do curso? Já entrei em contato com um professor da UFRN para ministrar as aulas. Quero que você organize uma sala bem confortável, com ar condicionado, cafezinho e chame o pessoal. Diga que ninguém pode perder esse curso. Depois tire as fotos e mande revelar para colocar no mural da prefeitura. Isso pode dar votos na próxima eleição. Entendeu Sebastião? Ande homem, a aula será amanhã!!!
Sebastião convocou todos os funcionários da prefeitura e disse que ninguém podia faltar. No dia da aula, todos estavam presentes. Dona Maricotinha, que faltava um ano para se aposentar; Dona Neuza, que já não escutava bem e era responsável pela recepção; Senhor Adolfo, que cuidava da portaria; Dona Cristina, Dona Maria, Dona Joana, Lourdes e outras senhoras e senhores, que nunca tinham tido contato com computadores e até mesmo com internet, pois quem fazia a maior parte dos documentos era a secretária do Prefeito no computador do gabinete.
A aula começou, todos pareciam meio ofegantes e curiosos para saber como mexia em uma máquina tão interessante, cara e que quase ninguém na cidade possuía. O professor João iniciou a discussão.
― Vivemos em um mundo globalizado, onde as mídias são o diferencial para um bom crescimento intelectual e saber utilizá-las é o que  venho propor para vocês hoje. –  Disse ele em um tom professoral.
A aula avançou e a turma se remexia nas cadeiras sem entender nada, mas prestava atenção e cochichava freneticamente para descobrirem sozinhos do que se tratava cada nome citado e como se fazia para acessar a internet. Lá pelas tantas, Donas Neuza, toda envergonhada, pede para Dona Maricotinha perguntar ao professor algo, e ela não hesita:
― Prossor, diz aí pra mim o que significa esse “diabo”, “diabo”, “diabo”, que o sinhor tanto fala que faz entrar na internet?
O professor,  meio sem compreender o que ela havia perguntado, deu uma resposta que complicou ainda mais, porém Dona Maricotinha ficou quieta e fingiu que havia entendido para não atrapalhar a aula. Enfim, o curso terminou e Dona Neuza, junto com Dona Maricotinha chegaram para o professor João, que estava desmontando todo o equipamento da aula, e disseram:
― Prossor, o sinhor respondeu, mai eu num intendi nada. Cê pudia repetir o que é o “diabo”, “diabo”, “diabo” que faz entrar na internet? Purque sinão eu num vou saber mexer nesse troço de jeito maneira.
O professor, meio sem palavras e percebendo que seu curso não tinha adiantado de nada, tentou remediar explicando novamente, mas era impossível. Elas não entenderiam, pois não tinham aproximação com esse tipo de equipamento. No outro dia, Sebastião chegou para o Prefeito e disse:
― O curso foi um sucesso, Sr. Prefeito! Pode mandar equipar a prefeitura e não esqueça que eu quero o meu computador para acessar através do “diabo”, “diabo”, “diabo” a internet. Dizem que é o maior sucesso, quero fazer meu Orkut e também o Twitter. Dizem que dá para falar com todo mundo, aaadoooorei...

Produzida por Conceição Cavalcanti

CRÔNICA




A Crônica é um gênero narrativo. Esse gênero é publicado em jornais e revistas, destina-se à leitura diária ou semanal, tratando sempre de assuntos do cotidiano. Assim, esse tipo de texto encarrega-se de narrar fatos históricos ou da atualidade cronologicamente ordenados.
Diferente da notícia, a crônica visa analisar os fatos cotidianos, dando um colorido emocional a uma situação comum, vista de modo singular e por outro ângulo.
Dessa forma, a crônica é voltada para um leitor mais atento aos fatos urbanos e faz com que o cronista dê maior importância aos assuntos do mundo contemporâneo.

Características do gênero Crônica
A crônica é um texto narrativo que:
  • É, em geral, curto;
  • Trata de assuntos e problemas do cotidiano;
  • Traz as pessoas comuns como personagens, sem nome ou com nomes genéricos. As personagens não têm aprofundamento psicológico; são apresentadas em traços rápidos;
  •  É organizado em torno de um único núcleo, um único problema;
  • Tem como objetivo envolver, emocionar o leitor.

Aplicando a teoria... Dicas de atividades

Escolha crônicas para serem lidas e discutidas em sala com os alunos. Divida a turma em pequenos grupos e peça para que leiam, listem os temas, discutam e exponham o que acharem mais pertinemte no texto lido.

Atividade criativa

1. Após a aplicação do conteúdo, a leitura e discussão das crônicas, peça para que os alunos, individualmente, criem uma crônica que contenha alguma das variedades linguísticas.
2. Depois de corrigir os textos e discutir os erros, buscando possíveis soluções, peça a reescrita da crônica.
3. Após a reescrita, proporcione a leitura das crônicas produzidas em uma roda de leitura.


Boas Leituras!

domingo, 30 de outubro de 2011

NEM TUDO É FÁCIL


É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!



Cecília Meireles

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ILHA DAS FLORES - ANÁLISE FÍLMICA


 Ilha das Flores
(Brasil, 1989. Direção: Jorge Furtado, 12`).

Objetivos
a)    Apropriação da temática meio ambiente (no caso, o lixo);
b)    Desenvolver determinadas reflexões históricas sobre o desenvolvimento da sociedade capitalista;
c)    Funções da linguagem (verbal e não verbal);
d)    Estabelecer uma comparação entre o documentário exibido e o conteúdo dos telejornais.

Conteúdos
l  Conceituais
l  Procedimentais
l  Atitudinais

Material:
-         Exibição do documentário e com
-         Fotocópias das atividades propostas.
 
Público-alvo:
Adolescentes e adultos

Metodologia
O documentário será explorado em duas aulas. Inicialmente, antes da exibição
- Descrição do contexto do vídeo, com ênfase na questão lixo;
- Origem do vídeo;
- Relacioná-lo com o conteúdo de linguagem (verbal e não verbal);
- Pedir para definir o documentário com uma palavra.

Atividade 1

1.1 Elementos da metalinguagem
1.2 Produção textual com os elementos textuais discutidos, tendo como tema a realidade dos alunos e o tema lixo


Atividade 2
l  Entrega de lixeiras para discutir qual tipo de lixo produzem (conceito de lixo orgânico e não orgânico).
l  A partir das palavras atribuídas ao filme estabelecer relações entre os vários cenários apontados.

O BICHO



Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira

LÍNGUA: VIDAS EM PORTUGUÊS


FILME

DOCUMENTÁRIO: LÍNGUA: Vidas em Português (Diretor: Victor Lopes. 105 min/ 2002)
Lançamento (Brasil): 2004

SINOPSE

Trata de Histórias da língua Portuguesa e sua permanência entre culturas variadas do planeta. Mostra o cotidiano de personagens ilustres e anônimos dos quatro continentes, que falam a língua portuguesa. Em cada um desses continentes, o português juntou-se aos deuses, melodias, climas, ritmos. Assim, misturaram-se as paisagens, foi reinventado centenas de vezes e alimentado por levas sucessivas de colonizadores, imigrantes e descendentes.


QUESTIONÁRIO

1.      Qual o tema do filme? O que os realizadores do filme tentaram nos contar? Eles conseguiram passar a mensagem desejada? Justifique.

O documentário Língua: Vidas em Português, do diretor Victor Lopes, mostra a “história da língua Portuguesa e sua permanência entre as variadas culturas do planeta”, assim, entende a língua como identidade cultural de um determinado povo. Os realizadores do filme tentaram relatar o dia a dia tanto de personagens conhecidos na literatura e na música quanto de pessoas anônimas que são falantes do Português em diversos países, ressaltando a identidade cultural delas. Dessa forma, os idealizadores conseguem contar a história dessa língua de forma dinâmica e a aproxima as diversas variedades do mesmo idioma.

2.      Você assimilou/aprendeu alguma coisa com este filme? O quê?

Diante do que foi exposto pelo documentário Língua: Vidas em Português, pudemos observar a língua portuguesa de maneira mais crítica, levando em consideração a mistura de culturas e valores que rodeiam e manipulam a existência do nosso idioma.

3.      Algum elemento do filme não foi compreendido?

Nesse documentário não há elementos incompreendidos ou que não ficaram claros, uma vez que os seus realizadores entrelaçam as histórias, nomeando todos os personagens e o espaço onde ocorre cada cena.  

4.      Do que você mais gostou neste filme? Por quê?

O que mais gostamos no documentário foram as discussões e comentários dos escritores (Mia Couto, José Saramago e João Ubaldo Ribeiro) acerca da Língua Portuguesa porque o posicionamento dos escritores engendram uma reflexão crítica e, ao mesmo tempo, teórica-prática, que nos fazem analisar a língua e suas variedades no dia a dia do falante.

5.      Qual a sequência mais lhe chamou a atenção? Justifique.

Há duas sequências que nos chamaram mais atenção: a primeira diz respeito ao cotidiano do escritor brasileiro, João Ubaldo Ribeiro; e a segunda é a maneira poética de como o escritor africano Mia Couto mostra a Língua Portuguesa.
João Ubaldo revela o seu cotidiano através de suas frequências semanais a dois botecos cariocas, assim, o escritor revela o seu convívio com as pessoas “comuns”, compartilhando as culturas e expressando o seu pensamento sobre a nossa língua: “não sou filólogo, não sou linguista, não sou estudioso do assunto, sou apenas um usuário da língua”.
O escritor Mia Couto tem uma relação de intimidade com o Português e, por isso, expressa as características linguísticas da língua. No entanto, Mia Couto revela poeticamente a expansão dessa língua para outros países (Brasil e África) de maneira metafórica: “o Português ficou sem dono” e o “ato do Português namorar no chão e casar-se com o chão”
6.      Qual o personagem você gostou mais e qual você gostou menos? Justifique.

O personagem que mais gostamos foi o moçambicano “Dinho”. Esse rapaz vive com a família em um hotel abandonado em Moçambique chamado Grande Hotel Beira. Nesse local, vivem várias famílias carentes que têm pouca ou nenhuma condição de ascenderem socialmente, no entanto, observa-se por parte de Dinho a vontade de realizar seus sonhos, estudar e ser Reppy. Nesse contexto, observa-se também que a cultura africana e a pobreza caminham juntas fazendo daquelas pessoas guerreiros que lutam todos os dias para vencerem as dificuldades impostas pela desigualdade social.

Entretanto, no decorrer do documentário, os personagens que menos gostamos foi o casal Rui Sacá, bancário, e a Midi Sacá, empresária, ambos são mulçumanos e mostraram um pouco da cultura mulçumana, mas aparentaram futilidade no comportamento, e apesar de confessarem a fé Mulçumana, os gestos são controversos com o que prega tal crença. Isso ficou evidente na forma de vestir e nos locais frequentados.  

7.      O que mais lhe chamou atenção na linguagem do filme? (planos, enquadramentos, cores, diálogos, narração, música etc). Por quê?

O que mais nos chamou a atenção na linguagem do documentário foi a relação entre os espaços e os diálogos. Assim, observou-se que cada espaço refletia os sentimentos, as emoções e a compreensão de cada personagem sobre a Língua Portuguesa através de em seu meio social e de suas vivências. Exemplo: José Saramago em Lisboa, a beira de mar; e as pessoas anônimas em seus respectivos lugares.

8.      Os eventos retratados no filme são verossímeis?
Sim. Pois o curta-metragem assistido trata-se de um documentário com características próprias capazes de tornar verossímeis os acontecimentos como, por exemplo, o cotidiano de personagens autônomas e de escritores renomados, aproximando suas realidades através da língua. Assim, através desse entrelaçamento de mundos e culturas diferentes percebemos de maneira incisiva os eventos retratados.
9.      Quais eventos lhe pareceram menos realistas (ou verdadeiros)? Por quê?

Nesse filme não houve histórias mais ou menos realistas que outras, pois os personagens relatavam suas experiências de serem falantes nativos da língua portuguesa e relacionavam suas culturas com as de outros povos, evidenciando a mistura de valores e raças.   

10.  Quais elementos apresentados no filme estão presentes na sua vida? Justifique.

Os elementos apresentados no documentário que fazem parte das nossas vidas são estes: primeiramente, a Língua Portuguesa com suas variedades que nos tornam próximo, ou melhor, familiarizados com os outros falantes da língua, seja do mesmo país ou não; a cultura que envolve e mistura as raças, religião e povos; e por fim o cotidiano de cada falante do Português, pois revela a nossa essência humana.




Observação: Esse questionário pode ser adaptado a qualquer filme ou documentário, dependendo da proposta pedagógica do professor.